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Olá família e amigos!!!
Vou começar as notícias das últimas semanas com a novidade mais recente: já cortei o cabelo! ! Já parecia um refugiado de guerra, com o cabelo maior que o Bob Marley e a barba maior que o Pai Natal. Cortei em casa, à máquina, não ficou perfeito mas daqui a 4 semanas quando voltar já vai estar óptimo!
Nos últimos fins-de-semana fomos para a Macaneta e para a Ponta Malongane. Escrevam estes dois nomes no google e deliciem-se com as paisagens. Na Macaneta tínhamos uma praia paradisíaca só para nós, com macacos nas árvores e hipopótamos e crocodilos no lado do rio (claro que nós estávamos no lado mar!). Na Ponta Malongane, tínhamos a praia a 1 minuto do parque de campismo, umas ondas perfeitas e umas na ponta da praia que faziam piscinas onde ficavam uns peixinhos muita lindos (já surfei no Índico, e já vi um aquário em ponto gigante!!). Como levava os óculos de mergulho, aluguei um tubo e andei a passear nas rochas, e alugámos também uma prancha para surfar umas ondas! Ambos os sítios parecem retirados da série “Lost”, porque é praia deserta, natureza infinita, e uma paz espectacular. Fomos de chapa, e a viagem para a Ponta Malongane foi dolorosa, 4 horas sempre aos saltos (imaginem, estrada de terra batida ou improvisada, onde os buracos abundam).
Ontem fui com a Marta (a minha colega do UniSense) para a Matola, juntos com a equipa dos Médicos do Mundo. Estivemos a visitar os doentes mais problemáticos que estão infectados com HIV, foi muito interessante pois permitiu ver o trabalho dos activistas no campo, e ao mesmo tempo, as dificuldades da população em combater as doenças. Já tinha descrito a Matola como sendo o dormitório de Maputo, mas ontem vi uma Matola totalmente diferente. A Matola que vi antes era a zona industrial, ao invés que a Matola que visitámos ontem é uma planície sem fim, onde as pessoas constroem as suas próprias casas, delimitadas por sebes, e por estradas de terra batida, que conseguem afastar os carros e dar à cidade um ambiente calmo e limpo. Para os mais chegados, fez-me parecer o Campimeco, com as estradas de areia, e os terrenos pequeninos com cercas baixas a fixar onde começa e acaba cada casa. A Matola que vimos ontem é o que se vê quando estamos a aterrar em Maputo, e vemos uma extensão sem fim de cercas verdes e estradas cor de barro. Se conseguir ponho uma foto para perceberem o que digo, é lindo!
O restante trabalho vai indo bem, o UniSense já está numa rotina, amanhã vou à CVM, já começo a ter saudades dos miúdos. Ainda não consegui ir às missionárias pois vamos sempre às sextas, e nesses dias há sessões do UniSense.
Estou a precisar de férias. Estou cada vez mais cansado, temos dormido muito pouco, e nos últimos dias um vírus qualquer atacou alguns de nós. Espero não ficar doente. Deitar tarde e levantar cedo já não está a dar para aguentar, sobretudo agora que nem tempo para dormir uma cesta temos. Este fim-de-semana ficamos por cá para repor forças.
Espero que o Kandandu tenha corrido bem. Vão dando notícias (obrigado Tia São pelo mail), eu nem sempre escrevo mas leio tudo e sabe bem conhecer o que se passa aí.
Muitos beijinhos para todos, já se faz contagem decrescente…
SAUDADES
Gui

PS: A minha máquina fotográfica avariou-se, o zoom ficou bloqueado e agora não foca! Também não faz mal porque foi oferecida e era muito antiga. As fotos das próximas semanas não vão ser tiradas por mim…